quarta-feira, 17 de outubro de 2007

2ª fase


Coleção: “Rótulos amplificados”


Esta proposta representa um raciocínio investigativo acerca da mídia e dos meios de comunicação de massa presentes em nossa cultura contemporânea. Muito se passou desde 1960 e após a morte de Warhol: e o mundo continua igual, pior!
As imagens presentes em embalagens, nos supermercados, nas prateleiras (de forma linear, repetitiva), atuam como ponto de partida para as representações. A proposta “Rótulos amplificados” partiu do produto midiático e sua representação formal; não da mimese, mas desenhos próprios, representativos. No desenvolver do processo, as imagens foram estilizadas, até a representação da forma estar subjetivamente intrínseca.
Agora, as imagens ganham nova conotação. Quando se expõe os conceitos dos produtos que nos consomem, pretende-se estender uma crítica a nós mesmos, nos interrogando sobre o consumo louco, aleatório, que faz tão bem, que anestesia, que excita, que faz o sangue correr, só não mais rápido que a mão no cartão de crédito.
Somos alvo do consumo, não nego, não julgo, não abomino... Este olhar é para percebermos o ato de consumir, na felicidade que traz esse consumo, na infelicidade que o dinheiro, ou a falta dele, causa.
As imagens falam da essência. Não me refiro ao produto que está nas prateleiras e que dificilmente entra pela porta da sala ou da cozinha; falo do produto em si. Marcas que antes eram apenas referenciadas estão desnudas, despidas de simbologias: os próprios rótulos estão aí. Retratos crus e cruéis do original; janelas recortadas dos produtos, o design, a embalagem que tanto mascara, agora desmascara: o rótulo é o produto que é a imagem estampada na obra.
Não falo mais da Skol me referindo à cerveja, e também o desenho não é mais do produto, do líquido imitátil, e sim da essência que nos identifica no momento da compra: o rótulo, que vale tão mais que o produto, tão mais que a fórmula.
A amplificação daquilo que nos faz pagar caro, a distorção das cores – mesmo que não precisemos desta distorção para captar a imagem – faz parte da interlocução, do diálogo entre eu e o produto que eu consumo, e que você consome?

Gina Zanini
Especialista em Estética










Um comentário:

Marlowa disse...

adorei os seus códigos de barras!