Recebi um convite da Universidade Comunitária da Região de Chapecó – UNOCHAPECÓ em parceria com a OAB – Subseção de Chapecó, para ilustrar uma cartilha referente à Lei Maria da Penha. Como a ideia de leitura ilustrada voltada à educação é sempre bem recebida, aceitei prontamente participar deste projeto.
Com o passar dos meses, realizamos discussões para a formatação do material, e definiu-se por um livro infanto-juvenil, devido à relevância didático-pedagógica, visando a distribuição gratuita em escolas da educação básica da rede pública de Chapecó/SC, e estimulando a leitura crítica educativa.
Foi-me oferecida a oportunidade de escrever um novo texto, que após diálogos e ajustes, foi aceito pelos organizadores. Decidimos em equipe que neste momento trocaríamos a temática da Lei Maria da Penha para o bullyng, violência física e psicológica, com enfoque no gênero feminino, sendo o outro tema tratado em eventual subsequente edição da Coleção Educação e Cidadania.
Borboletas em revoada retrata alguns aspectos das violências física e psicológica que podem ocorrer nas escolas entre adolescentes, e também nuances da violência doméstica referenciando a mãe da personagem. Na obra, procura-se auxiliar os leitores com possíveis soluções para os problemas, através de um texto poético, didático-informativo, sobre as formas de violência e como buscar ajuda.
Como docente em escola pública, presencio fatos que constituem violência psicológica, física, enfim, o bullyng. Questão discutida abertamente em sua existência, mas pouco tratado como forma de prevenção ou combate.
A obra possui como objetivo trazer informações dos riscos, traumas, consequências que essas ditas brincadeiras - que na realidade não representam o sentido da palavra - causam numa criança ou adolescente, bem como possíveis soluções para o problema, numa linguagem acessível ao jovem.
A obra não se propôs a esgotar o assunto, e sim trazê-lo ainda mais à luz. Em relação ao enredo, tive o cuidado de não deixar explícito o motivo do bullyng sofrido pela personagem, justamente por existir inúmeros, utilizados às vezes até sem a própria percepção do autor do fato, e que se tornam “armas” que machucam, causando feridas muitas vezes gigantescas.
Desejo que os adolescentes entendam que podem contar com o amor e a confiança dos pais para auxiliá-los nessas questões. Sabemos que é uma fase difícil, de transição, e almejo que este livro sirva de impulso para que compreendam que podem contar com o auxílio de seus pais, bem como que estes (os pais) percebam que são os responsáveis pelos seus filhos.
Não posso deixar de mencionar o presente especial e ao mesmo tempo desafio que o convite me proporcionou, qual seja a possibilidade de escrever e ilustrar toda a obra.
Nas ilustrações utilizei tinta aquarela, com variações de cores e tonalidades conforme o estado psicológico da personagem.
Desejo que apreciem este livro, realizado com carinho na tentativa de retirar, aos poucos, as borboletas presas, para depois irem subindo pela garganta, até que se libertem e saem livremente em revoada, levando toda a dor e sofrimento embora, tornando nossos jovens mais fortes para enfrentarem as batalhas do cotidiano.
By Gina Zanini
Unochapecó
OAB-Subseção de Chapecó
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